Sinais de privação de sono em crianças e adolescentes

Sinais de privação de sono em crianças e adolescentes

Provavelmente já passou por privação do sono enquanto adulto. Sabe como é acordar de manhã, zonzo e ter de se aguentar ao longo do dia. Provavelmente já se deparou com “microsono”, aqueles breves momentos em que adormece. Sabe como é difícil ficar alerta e prestar atenção. Tem uma sensação geral de fadiga. E de certeza lembra-se de como a insónia desgasta o seu bem-estar emocional.

Mas e as crianças? Quais são os sinais de privação de sono nas crianças e adolescentes? Quando os jovens não dormem o suficiente, geralmente apresentam os mesmos sintomas que observamos nos adultos quando privados de sono:

  • É difícil acordá-los de manhã.
  • São propensos a adormecer espontaneamente durante o dia.
  • Tem mau humor ou irritabilidade e têm mais problemas para controlar os seus impulsos.
  • É difícil para eles prestarem atenção ou se concentrarem. O tempo de reação diminui.
  • Tem pouco interesse ou curiosidade em aprender.
  • Estão mais distraídos, e a sua participação nas aulas é mais lento e confuso.
  • Nos fins de semana ou feriados, “dormem” até tarde – a tentativa do corpo de recuperar o sono acumulado durante a semana escolar.

Estes sinais observam-se a curto prazo. 

O que acontece a longo prazo – quando as crianças habitualmente dormem menos?

De acordo com uma pesquisa recente, 36% das crianças americanas, de 6 a 12 anos, não dormem o suficiente. Quase 32% dos adolescentes dos EUA não dormem adequadamente (Tsao et al 2021).

E estudos sugerem que crianças com perca crónica de sono correm maior risco de:

  • Tem pouca vontade de participar durante as aulas (Tso et al 2016);
  • Sofrer lesões que requerem atenção médica (Obara et al 2021);
  • Tem com frequência desconfortos gastrointestinais (Krietsch et al 2020);
  • Não fazer os trabalhos de casa (Tsao et al 2021);
  • Aumento de peso excessivo durante a infância (Yu et al 2021; Lumeng et al 2007);
  • Problemas psicológicos como a ansiedade, depressão, agressão ou quebra de regras vão aparecendo (Vermeulen et al 2021).

Portanto, se uma criança costuma dormir pouco, há muito mais em jogo do que se sentir um pouco mal-humorada, sonolenta ou fora de ordem.

https://www.childrenscolorado.org/conditions-and-advice/conditions-and-symptoms/conditions/sleep-deprivation/

Os sinais socioemocionais da privação do sono

Através de uma série de estudos, os pesquisadores confirmam o que sabemos da experiência quotidiana. As pessoas que sofrem de perda de sono tendem a ter humores negativos (Tomaso et al 2020).

A ligação é evidente desde a infância. Os bebes que dormem menos durante um período de 24 horas são mais propensos a desenvolver sintomas de ansiedade e depressão durante a infância (Mindell et al 2017).

Também está claro que o sono e a emotividade estão ligados entre crianças mais velhas e adolescentes (Sheik e Buckhalt 2005; Vriend et al 2015).

É claro que a correlação não prova a causalidade. Se uma criança está tendo dificuldades emocionais, não podemos assumir que o sono é o culpado. As coisas também podem funcionar na direção oposta, com problemas emocionais tornando mais difícil para uma criança adormecer ou dormir de forma seguida.

Além disso, estudos sugerem que certos genes têm efeitos sobrepostos – colocando simultaneamente as crianças num maior risco de problemas de sono e dificuldades emocionais (Miadich et al 2020; Vermeulen et al 2021). E nessa situação será mais difícil a cura.

https://parentingscience.com/signs-of-sleep-deprivation/