Histórias que ajudam a crescer

Histórias que ajudam a crescer

Os autores do livro com o título acima referido são Eduard Estivill, pediatra e neurofisiólogo conhecido por ajudar as crianças a dormirem melhor e Montese Domènech, formada em Pedagogia e Psicologia Infantil, especializou-se em psicopedagogia direcionada para crianças e adolescentes com problemas escolares, comportamentais e emocionais.

O artigo deste mês trás até vós um conto transcrito parcialmente dos autores referidos e que pretende ajudar aqueles pais que já não sabem o que hão-de fazer para as suas crianças dormirem melhor.

https://www.wook.pt/livro/historias-que-ajudam-a-crescer-montse-domenech/197798

Que Raio de Semana

Um  dia, a mãe do Tomás partiu de viagem e ele teve de ficar sozinho com o pai. Viviam  num apartamento muito bonito e tinham um automóvel novo. E, no fim de contas, o pai de Tomás era bastante boa pessoa, mas ele teria preferido que a sua mãe não tivesse entrado no avião.

À noite, Tomás não queria dormir. Pensava na mãe. Ela era pianista e, pela primeira vez andava em viagem. E não podia tocar mais perto? Não, tinha de ir para os confins do mundo! Em contrapartida, o pai do Tomás era escritor e estava sempre em casa. Naquela noite, tinham estado juntos a ver televisão, depois o pai fizera-lhe o jantar, falaram de várias coisas, e contou-lhe uma história. Por fim, fechara-se no escritório a escrever e a escrever, e ele devia ir para a cama. Mas não lhe apetecia nada dormir.

Uma vez deitado, Tomás chamou o pai aos berros porque dizia que tinha medo. Então, o pai sentou-se numa cadeira a vigiar a porta para que os monstros não entrassem. Quis falar com ele, mas o pai não respondeu. Se calhar, tinha adormecido. E para que queria ele o pai no corredor, sentado numa cadeira e a dormir?

No segundo dia, pediu ao pai para lhe contar uma história. O pai sentou-o no sofá e foi esta a história que lhe contou:

– Um dia, o Lobo Feroz foi a um grande centro comercial comprar um fato de banho às riscas. Lá, disseram-lhe que não tinham fatos de banho para os lobos. “Como é possível que não tenham fatos de banho para lobos?”, disse o Lobo muito zangado. “E agora, o que é que eu faço?” “Vá sem fato de banho” disse-lhe a vendedora. “Sem fato de banho” disse-lhe a vendedora. “Sem fato de banho, eu? Acha que vou tomar banho todo nu?” E saiu  furioso, sem fato de banho.

– Já acabou? – perguntou Tomás.

– Já. Boa noite.

– Que história mais estúpida! – disse ele.

E o pai deixou-o na cama e foi para o escritório trabalhar com a sua papelada.

No terceiro dia, Tomás chamou o pai e garantiu-lhe que estava com fome. Tinha comido duas pizas napolitanas ao jantar e sentia-se empanturrado, mas o pai disse-lhe que, se quisesse, havia mais piza na cozinha. Ele queria um batido de morango e o pai teve o descaramento de lhe dizer que ou comia pizza ou não comia nada. E foi para o seu escritório.

No quarto dia, …

No outro dia, …

Na noite seguinte, …

A caminho da escola, Tomás chegou à conclusão de que o pai não servia para educar as crianças. Não ligava nenhuma a nada que ele fizesse! O melhor que havia a fazer era a adormecer tranquilamente todas as noites, como sempre fizera, até que a mamã chegasse.

Na noite seguinte, Tomás foi deitar-se e deixou-se ficar quietinho até que adormeceu. Era melhor não chamar.

Vá-se lá saber que novas “surpresas” o pai teria para ele!