Causas de ansiedade: Controlar o incontrolável

Causas de ansiedade: Controlar o incontrolável

“Na sequência deste ritmo frenético e desequilibrado, existe um tendência que gera muita angústia e ansiedade – tentar controlar o que não é controlável.

Querer ter o controlo sobre tudo que nos rodeia é uma fantasia irrealista dos tempos em que vivemos. Tudo acontece a uma velocidade frenética e muito superior à nossa capacidade de assimilar essa informação. Como não conseguimos reter toda essa informação, começamos a pensar que vamos perder o barco e esforçamo-nos em demasia, e quase sempre sem sucesso, em tentar controlar tudo. No fundo, para a nossa mente, isso tem um propósito que assenta no desejo de nos sentirmos seguros a pisar terreno sólido e sentir que temos nas nossas mãos o leme que controla a nossa vida. A grande questão é que controlar tudo o incontrolável é uma tarefa impossível, e que origina comportamentos erráticos, para além de atrair imensa ansiedade e angústia, uma vez que a sensação de perder o controlo gera estes sentimentos e imensa frustração.

As pessoas estão em movimento, a natureza está em movimento, o mundo está em movimento, o universo está em movimento, tudo está em movimento e, portanto, existem milhares de fatores que  estão muito além do nosso controlo. Tudo o que existe está em permanente mudança. A única certeza é a morte. Vivemos com o sentimento constante que existe muito a fazer e que temos pouco tempo para isso.

Mesmo que de forma inconsciente tendemos a tentar controlar todas as variáveis da nossa vida, e às vezes até as vidas dos que nos rodeiam.

Não há nada que possa controlar além de si mesmo. Se interiorar esta ideia, verá que se tornará numa pessoa mais flexível e emocionalmente estável, capaz de desfrutar da coisa mais bela que carrega consigo – o presente. O passado está irremedialmente perdido e faça o que fizer o que está lá para trás está feito. Relativamente ao futuro, admita que não sabe o que vai acontecer, portanto, não consegue controlar o futuro. Sendo assim, só lhe resta o presente.

A vida não é vivida com a mente, mas sim com os sentidos. O pensamente está na sua cabeça constantemente e interfere na sua visão sobre a realidade. Perceba que a mente orienta a sua vida baseada em experiências, medos, receios, perconceitos, ambições, desejos, entre outras coisas, o que faz com que o pensamente seja limitada por essas mesmas questões. Muitas vezes as crenças enraizadas limitam-nos. Em vez de lutar contra os pensamentos e tentar controlá-los, sugiro uma posição de aceitação e observação. Observar sem julgar.”

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Fonte: Bravo, João; Burn Out; Casa das Letras, setembro 2019 2ªedição, 978-989-780-109-9