Quando o stress é intenso e prolongado – dias longos, noites curtas

Quando o stress é intenso e prolongado – dias longos, noites curtas

Quando qualquer tipo de stress – bom ou mau – é prolongado, excessivo e intenso, o adolescente corre riscos de ter problemas. Na verdade, o stress grave por tornar-se prejudicial apenas duas semanas após o seu início. Samantha era um exemplo perfeito disso. Entrou no secundário muito determinada, decidindo inscrever-se em várias disciplinas opcionais, ingressar na equipa de corta-mato e concorrer para presidente de turma.

Não demorou muito até os dias começarem a ser cada vez maiores e as noites cada vez menores. Samantha era responsável por conceber e coordenar o kit de boas vindas da turma (atividades lúdicas). Isso deixou-lhe pouco tempo para estudar para os testes e a falta de sono deixou-a fisicamente exausta. Aos fins de semana (quando a adrenalina da maior parte dos adolescentes decai), começou a ter acessos de choro. Estava agora em constante conflito com os pais devido à sua irritabilidade e atitude petulante. Reparando que estava mental e emocionalmente perturbada, os pais sabiam que estava a entrar numa zona perigosa. Era tempo de Samantha aprender a estabelecer prioridades no seu horário e recuperar dos danos do stress no seu sistema.

Os adolescentes incapazes de recuperar do stress ou abstrair-se do ambiente stressante transitam para a angústia (distúrbio precoce do stress). O excesso de atividade do sistema de resposta ao stress, quando não é gerido, pode causar não só exaustão e fadiga geral, mas também um elevado nível de cortisol na circulação que, na qualidade de primo da adrenalina, perturba o delicado equilíbrio químico no cérebro e despoleta ansiedade e depressão. É uma manifestação física de um princípio orientador que todos os pais precisam de perceber: fomos concebidos para tolerar pequenos períodos curtos de stress extremo.

Tanto a adrenalina como o cortisol agem contra o corpo quando os seus níveis elevados são prolongados. Cerca de 50% dos adolescentes que estão deprimidos revelam excesso de atividade da resposta das hormonas do stress, evidenciada pelo facto de que as glândulas adrenais se juntaram para comportar as exigências do elevado stress das suas vidas.

O corpo, a mente e as emoções de um adolescente são simplesmente incapazes de lidar com níveis contínuos de stress crónico quotidiano. Fomos concebidos para viajar de camelo e não para viagens no ciberespaço! E embora em períodos curtos a alta velocidade possam ser tolerados, testar continuamente os nossos limites irá causar o colapso do corpo e da mente humana. Esta é a razão principal para a epidemia de depressão que encontramos nos nossos adolescentes atualmente e para o grande desafio de os ajudar a viver vidas equilibradas num mundo que nos empurra para lá dos limites da conceção de Deus.

 

Fonte:

Arch Harta e Catherine Hart Weber. (2005). Stress ou Depressão? Nashville: Tipografia Lousanense, Lda. Pág 43 e 44