Os caminhos da ansiedade

Os caminhos da ansiedade

As estruturas neurobiológicas implicadas na ansiedade são muitas, que dão lugar a uma ampla gama de manifestações.

Da ansiedade derivam diversos caminhos patológicos que podem ser esquematizados nas seguintes secções: corpo ou plano biológico; corporalidade ou campo das sensações difusas espalhadas pela geografia do corpo e vividas anteriormente; o plano psíquico; e, por último, os mecanismos de defesa da personalidade.

Deveria ser mencionado, ainda que só de passagem, o que pode significar a ansiedade como elemento promotor da maturidade da personalidade, desde que o seu impacto emocional não acabe por neurotizar o referido sujeito. Vejamos cada plano em separado.

  1. Se nos ativermos à ansiedade que escolhe a senda do plano biológico, vamos encontrar, logo de início, as crises de ansiedade[i], os ataques de pânico, os episódios, períodos e estados ansiosos. Em todos, a vivência é tudo menos agradável devido a grandes descargas de adrenalina.

Quando está associada a tensões psicológicas, familiares, sociais e/ou profissionais, se estas são intensas e prolongadas, irá aparecendo uma nova «doença» que pode escolher três caminhos: a musculatura lisa, que é aquela que envolve os órgãos; é formada por fibras que se dispõem paralelamente em fascículos e formam camadas musculares dos mesmos; é dotada de movimentos involuntários; a musculatura estriada, que é mais comprida e constituída por traços e sulcos que lhe dão essa forma peculiar de estrias. São músculos voluntários, excetos os cardíacos: braços, pernas, cara, etc., são na sua maioria, músculos que cobrem o esqueleto humano; o terceiro caminho é a estética corporal, hoje em voga, e que apresenta uma grande patologia, sobretudo na adolescência feminina.

Ocorre-nos imediatamente uma pergunta: porque é que em alguns casos, a ansiedade escolhe a via física (do corpo) ou a corporalidade (corpo interno, o intracorpo ou o corpo vivido) e, noutros, a direção psíquica ou os mecanismos de defesa anómalos?

No próximo mês/artigo obterá a resposta.

[i] As crises de pânico são breves, inesperadas e de uma intensidade tal que, nos casos mais agudos, surgem três espetros ameaçadores: o temor da morte, o temor da loucura e o medo de perder o controlo. Nos três há um denominador comum: uma série ameaça à integridade pessoal.

Rojas, E. (2019). SOS Ansiedade. Lisboa: Cafilesa – Soluções Gráficas, Lda.

Enrique Rojas: “90% das pessoas que têm crises de ansiedade curam-se”