Gatilhos para o ataque de pânico

Gatilhos para o ataque de pânico

Os ataques de pânico são apenas o resultado de uma resposta tua de luta ou fuga que foi ativada no local e hora errados.

Mas, então, porque é que algumas pessoas são mais propensas do que outras a sofrer de pânico?

Não há uma causa única, mas alguns dos fatores que tornam mais provável que tenhas ataques de pânico e perturbação de pânico incluem:

  • Estar sob muito stress: se está sob muito stress ou sentes que estás em «modo de panela de pressão», a probabilidade de teres um ataque de pânico num momento particularmente stressante das duas vidas. Eventos negativos, como problemas de relacionamento, dificuldades no trabalho ou preocupações com dinheiro são obviamente stressantes e são esses os gatilhos para o ataque de pânico que mais encontro na minha prática clínica. Eventos positivos como comprar uma casa, começar um novo emprego ou sair para um encontro também podem ser stressantes. Cada pessoa reage ao stress de maneira diferente e o que é stressante para uma pessoa pode não o ser para outra. O stress é tudo o que nos empurra para fora da nossa zona de conforto pessoal.
  • Sensibilidade à ansiedade: há fatores biológicos e psicológicos que podem tornar algumas pessoas mais vulneráveis ao pânico. É importante esclarecer já que não há nada de terrivelmente «errado» com as pessoas que sentem pânico. O pânico não é considerado um resultado de qualquer desequilíbrio neuro químico, nem de qualquer disfunção biológico importante. Mas o que causa o pânico? O sistema nervoso de cada pessoa é diferente e acredita-se que as pessoas vulneráveis ao pânico tenham sistemas nervosos mais sensíveis que as outras. Os psicólogos denominam essa circunstância de «vigilância corporal» e isso significa simplesmente que as pessoas que entram em pânico costumam ter mais perceção do que está a acontecer nos seus corpos. Essa capacidade pode ser útil, de modo a evitar, por exemplo, que fiquemos com muito calor, frio, fome ou sede, mas, ao mesmo tempo, também pode ativar falsos alarmes. As pessoas que sofrem de ansiedade relativamente à sua saúde estão em hipervigilância corporal.
  • Fortes reações biológicas ao stress: os corpos de algumas pessoas respondem mais a eventos stressantes e produzem mais hormonas através das glândulas suprarrenais, como a epinefrina (vulgarmente conhecida como adrenalina) e o cortisol, sendo que existem formas de nutrir as nossas glândulas suprarrenais de forma a diminuir a ansiedade.
  • Outros problemas psicológicos. Pessoas que sofrem de uma ampla gama de problemas psicológicos, como a perturbação de stress pós-traumático (PTSD), perturbação obsessivo-compulsiva (POC) ou depressão, podem, muitas vezes, ter ataques de pânico como resultado da ansiedade elevada associada a essas condições. No caso de algumas perturbações da personalidade, como a perturbação borderline da personalidade, isto também pode acontecer.

Ainda que possa haver genes que predispõem as pessoas a desenvolver problemas emocionais no geral, não há nenhum gene específico que as predisponha a desenvolver pânico.

O estímulo que causa a ansiedade pode ser muito diferente de pessoa para pessoa e, por isso, não só importa o que te causa a ansiedade, pois é a esse nível que vamos trabalhar. Independentemente de se tratar de ansiedade social, perturbação de pânico ou ansiedade generalizada, o importante não é só estímulo, mas sim o que está a fazer com que o problema subsista.

Seromenho, S. (2022). Não é Loucura, é Ansiedade – Primeiros Socorros para Combateres a Doença do Século. Lisboa: Contraponto.

https://www.sandstonecare.com/blog/anxiety-attack-vs-panic-attack/