Fatores de manutenção da ansiedade e do pânico

Fatores de manutenção da ansiedade e do pânico

Estes são os grandes fatores que podem estar a manter/piorar a ansiedade:

  1. Não suportar a incerteza ou a imprevisibilidade

A intolerância à incerteza é definida como uma caraterística interna decorrente de um conjunto de crenças catastróficas sobre a incerteza e as suas consequências», ou simplesmente, como «um medo subjacente do desconhecido».

O que a evidência científica tem mostrado consistentemente é que, em todas as pessoas com perturbações de ansiedade, um dos fatores comuns de manutenção da ansiedade, um dos fatores comuns de manutenção da ansiedade, comparativamente a pessoas sem esta condição, é o facto de não suportarem a falta de controlo ou a ideia da incerteza e da imprevisibilidade.

Pessoas com alto nível de intolerância à incerteza tendem a interpretar e ver perigo em situações em que pessoas com baixa intolerância à incerteza não veem, logo, têm maiores níveis de preocupação e ansiedade.

Os componentes do modelo cognitivo-comportamental de intolerância à incerteza incluem:

  • Gatilhos e o estado de incerteza: ambiguidade, a novidade e a imprevisibilidade;

 

  • Crenças catastróficas sobre incerteza: o que é mais central para este modelo é o modo como a pessoa avalia a incerteza. Dado um determinado gatilho, alguém com alto grau de intolerância à incerteza pode acreditar que, «Se não tiver a certeza mais vale nem tentar pois vai correr mal», enquanto alguém com baixo nível de intolerância à incerteza poderá pensar «Se não tiver a certeza, mesmo que erre significa que estou a aprender alguma coisa nova».

 

  • Sequelas emocionais, cognitivas e comportamentais. As consequências das crenças negativas sobre a incerteza são descritas no modelo como sentimentos de ansiedade, preocupação com as consequências potenciais e estratégias de segurança destinadas a reduzir as consequências negativas.

 

  • Interações entre componentes. A intolerância à incerteza é descrita como um processo que «funciona em segundo plano» e interage com todos os componentes do modelo.

 

Seromenho, S. (2022). Não é Loucura, é Ansiedade – Primeiros Socorros para Combateres a Doença do Século. Lisboa: Contraponto.