A importância do cálcio e porque o tabaco influencia a saúde oral

A importância do cálcio e porque o tabaco influencia a saúde oral

O cálcio é essencial para a formação, o crescimento e a boa saúde dos ossos, mas também para outras funções do organismo.

O consumo aconselhado varia em função da idade, rondando os 800 miligramas por dia para os adultos, incluindo grávidas e lactentes, e cerca de metade para crianças entre 1 e 3 anos.

https://www.conquistesuavida.com.br/noticia/calcio-e-vitamina-d-entenda-como-os-dois-ajudam-a-manter-ossos-e-dentes-fortes_a11383/1

É nos ossos e nos dentes que se encontra a quase totalidade do cálcio do nossos organismo.

O corpo começa a construir a massa óssea desde o nascimento e continua a fazê-lo ao longo da infância e a da adolescência, até cerca dos 25 anos.

É por isso, indispensável fornecer ao organismo a boa dose de cálcio. O que não significa que, posteriormente, o cálcio deixe de ter importância: continua a ser essencial para manter o esqueleto em bom estado para os anos mais difíceis. Por volta dos 50 anos, os ossos começam a reter menos cálcio do que aquele que necessitam, e a massa óssea diminui gradualmente.

Se o consumo de cálcio não tiver sido suficiente durante os primeiros 20 ou 30 anos de vida, há risco de osteoporose, uma doença caraterizada pela diminuição da massa óssea, tornando o esqueleto poroso.

O aporte de cálcio não é o único fator importante para a prevenção deste problema. Este mineral é absorvido graças, a um mecanismo controlado, entre outras coisas, pela presença simultânea de lactose e de um derivado ativo da vitamina D. Esta é, portanto, indispensável à sua assimilação, tal como o fósforo.

Se houver um défice de cálcio e vitamina D no organismo, os ossos são os mais prejudicados, pois deixam de se mineralizar convenientemente, tornando-se frágeis, com risco de aumento de fraturas. Para obter a dose necessária de vitamina D, aconselham-se 15 minutos diários de luz solar.

Atenção: o consumo excessivo de cálcio também pode ter consequências, como favorecer a formação de cálculos renais (vulgo “pedra” nos rins), além de que pode perturbar o metabolismo de outros minerais, como o potássio, o ferro e o zinco. Em todo o caso, o consumo até 2500 miligramas de cálcio por dia é tolerado sem efeitos adversos.

Exercício físico e vida saudável

Alguns constituintes dos alimentos prejudicam a absorção de cálcio no organismo. É o caso do ácido fítico, que existe na casca das sementes e dos grãos, do ácido oxálico nos espinafres, do sódio  presente no sal, da cafeína que se encontra no café e nas bebidas energéticas e do álcool. O tabaco também afeta a absorção do cálcio[i].

Pelo contrário, as vitaminas C e D, os citratos, presentes em frutos e vegetais (citrinos, por exemplo), o fósforo e o flúor favorecem a absorção do cálcio.

O exercício físico é outro fator importante, já que ajuda a fixar o cálcio nos ossos, sobretudo algumas modalidades como caminhada, corrida, ginástica ou ténis. A natação e o ciclismo não afetam diretamente a massa óssea, mas trabalham os músculos e ajudam a manter uma boa postura, prevenindo o desgaste prematuro do esqueleto.

 

[i]  A nicotina nos cigarros reduz a produção de estrogénio que pode alterar os níveis de cálcio salivar. A nicotina também causa vasoconstrição dos vasos sanguíneos gengivais e diminui o sangramento gengival. O calor do queima do cigarro pode irritar diretamente a mucosa oral também causando danos às glândulas salivares e resulta a diminuição da função salivar.

A saliva consiste em 99% de água e vários eletrólitos. O cálcio é um dos eletrolíticos inorgânicos encontrados em formas de íon que tem um papel nos processos do corpo, especialmente na cavidade oral. Um estudo de Bafghi et al. em 2015 encontraram uma diminuição significativa na concentração média total de proteína, cálcio, chumbo e zinco em fumadores em comparação com não fumadores. Ao contrário, Abed et al. Em em 2015 encontrou um aumento significativo nos níveis de cálcio salivar em fumadores. Níveis elevados de cálcio salivar podem resultar numa rápida mineralização da placa, acelerando assim a formação de cálculos na cavidade oral. O cálculo pode aumentar a suscetibilidade à doença periodontal na forma de perda de inserção, profundidade de bolsa, perda dentária e diminuição do osso alveolar.

Dias, N. L. (2021). Cálcio Ossos e Dentes de Betão. TesteSaúde, 8-10.

Kukiattrakoon, B. (18 de 12 de 2021). The Effect of Smoking on Salivary Calcium Levels, Calcium Intake, and Bleeding on Probing in Female. Obtido de https://www.hindawi.com/journals/ijd/2021/2221112/