“Neste artigo iremos continuar com os fatores de risco mais comuns para transtornos de ansiedade na terceira idade:
Na terceira idade, muitas pessoas encaram a difícil realidade da perda de entes queridos, amigos e cônjuges. Com o passar do tempo, pode ser um desafio aprender a viver sem aqueles que eram próximos e importantes para nós, e a dor da perda pode se manifestar na forma de ansiedade.
É comum que os idosos tenham que lidar com condições médicas, exigindo um cuidado maior com a saúde.
Um diagnóstico de diabetes, por exemplo, pode exigir mudanças significativas na alimentação e na rotina de exercícios, além do monitorizar constantemente os níveis de açúcar no sangue.
Já as doenças cardíacas podem impor limitações à atividade física e gerar preocupações com possíveis ataques cardíacos.
Dor crónica, por sua vez, pode afetar a qualidade de vida, prejudicando a realização de atividades diárias e a interação social.
Dessa forma, lidar com essas condições — juntamente com a necessidade de administrar medicamentos e consultas médicas frequentes — pode ser um fator que contribui para o aumento da ansiedade em idosos.
À medida que envelhecemos, as preocupações com as finanças podem se tornar cada vez mais presentes.
A redução do vencimento após a reforma, ou dúvidas quanto à capacidade de suprir as despesas diárias, manter a qualidade de vida e garantir recursos suficientes para os anos futuros podem ser fontes de preocupações constantes.
Essas incertezas, por sua vez, podem acabar afetando a saúde mental e emocional dos idosos e resultar em sintomas de ansiedade.
Os cuidados com a saúde na terceira idade podem provocar o uso de diferentes medicamentos e, por vezes, os efeitos colaterais ou interações desses remédios podem contribuir para o aumento da ansiedade.
Álcool e cafeína também devem ser consumidos com moderação. Embora possa parecer relaxante, num primeiro momento, o uso prolongado de álcool pode resultar em dependência e agravar os sintomas de ansiedade. Já a cafeína, presente no café, chá e em alguns refrigerantes, é um estimulante que pode aumentar a ansiedade e a inquietação.
Os distúrbios do sono — tais como insónia, apneia e síndrome das pernas inquietas — são frequentes na terceira idade e podem ter um impacto significativo no bem-estar emocional e mental.
Uma vez que comprometem a qualidade do sono, esses problemas podem afetar negativamente a saúde mental, exacerbar os sintomas de ansiedade e deixar os idosos se sentindo cansados e irritados ao longo do dia.
Ter parentes próximos que já enfrentaram (ou enfrentam) transtornos de saúde mental pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de ansiedade na terceira idade, pois a predisposição genética — aliada a fatores ambientais e comportamentais — pode contribuir para o surgimento dessas condições.
Assim, caso outros familiares já tenham sido diagnosticados com distúrbios de ansiedade, compartilhe essa informação com seu médico. Essa precaução pode auxiliar na identificação precoce e no tratamento adequado para controlar os sintomas.

Texto retirado de:
https://priscilapisoligeriatra.com.br/ansiedade-na-terceira-idade/