Estarei a dormir o suficiente

Estarei a dormir o suficiente

Colocando de parte o exemplo extremo de privação do sono, como saber se está a dormir o suficiente regularmente? Embora seja necessária uma avaliação clínica para responder convenientemente a esta pergunta, existe uma regra fácil de usar, que consiste em responder a duas perguntas simples. A primeira, depois de acordar de manhã, é perguntar-se se consegue adormecer novamente às dez ou às onze da manhã. Se a resposta for «sim», é provável que não esteja a dormir as horas suficiente, ou as que dorme não sejam da melhor qualidade. A segunda pergunta é se consegue funcionar ao seu nível óptimo até ao meio-dia, sem ajuda de cafeína. Se a resposta for «não», o mais provável é estar a automedicar o seu estado crónico de privação de sono.

https://www.theguardian.com/lifeandstyle/2019/feb/09/best-thing-you-can-do-for-your-health-sleep-well

Deve ter ambos os sinais em consideração e procurar resolver a sua insuficiência de sono. Em termos gerais, esta sensação de sonolência que impele uma pessoa de dormir a meio da manhã ou exige que ajude ao estado de alerta através do consumo de cafeína deve-se normalmente ao facto de que não se permite a ter uma oportunidade de sono adequada – pelo menos oito ou nove horas por dia. Quando não dorme o suficiente, uma das muitas consequências é que os níveis de adenosina são sempre demasiados elevados. Como um empréstimo cujo juro é demasiado alto e  nunca se consegue pagar, quando a manhã chega, ainda existe no organismo um remanescente de adenosina do dia anterior. Depois transporta consigo essa extraordinária vontade de dormir ao longo e todo o dia.  Também à semelhança de um empréstimo com pagamentos atrasados, esta dívida de sono vai continuar a acumular-se. É impossível escondermo-nos dela. Ela vai tentar alcançar-nos no próximo ciclo de pagamentos, e no próximo e nos seguintes, produzindo uma condição de privação de sono prolongada e crónica que se acumula ao longo dos dias. Esta impressionante obrigação de sono resulta numa sensação de fadiga crónica, que se manifesta através de várias formas de perturbações mentais e físicas que neste momento são tão comuns nos países industrializados.

Outras perguntas que o podem ajudar a perceber e dorme o suficiente são: se não colocar o despertador, dorme para lá da hora a que precisa de acordar? (se sim, precisa de dormir mais tempo do que aquele a que se permite). Dá por si em frente ao computador a ler e a reler (e quem sabe a ler pela terceira vez) a mesma frase? (este é frequentemente um sinal de cérebro fatigado com poucas horas de sono). Esquece-se por vezes da cor dos últimos semáforos por onde passou enquanto conduzia? (a distração simples é muita vezes a causa, mas a falta de sono também é um culpado a ter em conta).

Claro que mesmo que se permita bastante tempo para dormir uma noite inteira, a fadiga do dia seguinte e a sensação de sono podem continuar a ocorrer, mas talvez porque sofra de uma perturbação do sono não diagnosticada, sendo que existem atualmente mais de uma centena por onde escolher. A mais comum é a insónia, seguida pela perturbação respiratória do sono, ou apneia do sono, que inclui o ressonar pesado. Se suspeita que os eu sono, ou o de outra pessoa, pode sofrer de uma perturbação que resulta numa fadiga diurna, na diminuição de capacidades ou stress, …procure ajuda.

De seguida faça este pequeno questionário que foi desenvolvido por investigadores do sono e que o vão permitir determinar o seu nível de satisfação de sono.

https://www.theguardian.com/lifeandstyle/2019/feb/09/best-thing-you-can-do-for-your-health-sleep-well

Fonte: Walker, Matthew; Porque dormimos?; Men’s Journal, fevereiro 2019, 978-989-8892-25-6 Pág 46 a 48